Traiano não tem condição moral para presidir a CCJ da Alep a partir de 2025, diz Moro

Share

Presidente da Casa de Leis Estadual não compareceu ao cartório com cópia do processo e acordo com o TJPR para não ser processado

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSD), não tem condição moral para seguir no cargo, nem assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em um eventual acordo da nova mesa diretora da Casa de Leis Estadual. A afirmação é do senador Sergio Moro (União Brasil), enquanto esperava Traiano no encontro proposto por ele mesmo, para levar cópias de processos em que ambos respondem na Justiça.

“Olha, recebi um desafio ontem do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, de vir a um cartório com os documentos do processo que respondo no Supremo Tribunal Federal (STF) e que ele viria com os dele”, revelou Moro, ao mostrar um volume de documentos. À imprensa, o senador contextualizou os fatos até o desafio de Traiano. “Fiz um discurso na tribuna do Senado como senador, cidadão paranaense, denunciando uma situação insustentável”.

“O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Traiano admitiu e confessou ter pedido e recebido propina de um empresário que prestava serviços na Assembleia Legislativa”. Moro lembrou que Traiano fez um acordo com o Ministério Público (MPPR), “pagou uma multa e não foi denunciado. Mas há condições morais de um indivíduo como esse prosseguir como presidente da Assembleia Legislativa, como deputado?”, indagou.

“É evidente que não, e pedi, sugeri a ele que renunciasse o seu posto”, destacou. O senador também fez uma revelação, de que Traiano “quer ser presidente da CCJ da Assembleia no próximo ano. Também não tem condições morais”. Moro informou ainda que, em relação ao desafio, quem fez foi Traiano, que publicou nota dizendo que ele também era réu no Supremo e não tinha moral para falar isso.

Imprensa corajosa
“Só que eu sou o réu no Supremo de uma ação penal por suposta calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. Aquele mesmo que ofendeu os paranaenses e disse que Curitiba tinha o germe do fascismo”. Para o senador, não é uma situação equiparável, “evidentemente”, uma vez que o deputado admitiu que recebeu propina de um empresário que prestava serviço à Assembleia.

“Ele fez o desafio, eu apontei a data, horário, estou aqui com os documentos do meu processo. Ele não veio e até hoje busca esconder os documentos do processo dele”, fato que só foi quebrado, ainda segundo o senador, graças apenas “a corajosa imprensa aqui paranaense”, que parte destes documentos vieram à tona.

Mas a indagação, segundo Sergio Moro, é até quando que o deputado Traiano vai abusar da paciência dos paranaenses e continuar sendo presidente da Assembleia. “Até quando ele vai continuar sonegando a população, a verdade sobre aquilo que aconteceu e o acesso amplo aos documentos do processo e aos termos desse acordo? Eu cumpri minha parte do desafio. Ele não, não veio, foi covarde. Mas desafio ele a tornar públicos todos estes documentos”, concluiu Moro.

Veja também

Posts Relacionados