Setores de gastronomia, entretenimento e de turismo insistem na volta do horário de verão

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Horário diferenciado garante uma hora a mais de luz solar e possibilidade das pessoas passearem por parques e praças e desfrutar dos estabelecimentos

A Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento, Lazer e Similares do Paraná (Feturismo), filiada à Confederação Nacional de Turismo (CNTur), insistiu esta semana na volta do horário de verão, suspenso em 2019 como uma das primeiras ações do governo do executivo-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos ministérios de Minas e Energia e Meio Ambiente e Mudança do Clima, as entidades destacam o cenário de dificuldades enfrentado pelos setores, ainda reflexos da pandemia de covid-19.

O argumento dos setores de gastronomia, entretenimento e turismo propõe a retomada horário diferenciado entre outubro e fevereiro, linkado com campanhas de conscientização do uso dos recursos naturais (em especial a água) e contra o negacionismo das mudanças climáticas e aquecimento global. O apelo veio após o Ministério de Minas e Energia (MME) dizer não haver necessidade de implementação do horário de verão no Brasil, em virtude do planejamento do ministério desde os primeiros meses do governo.

“(…) os dados não apontam, até o momento, para nenhuma necessidade de implementação do Horário de Verão”, informa a nota do MME. A Feturismo, no entanto, lembra que em ofício encaminhado em janeiro de 2023, já buscava informações sobre o retorno do horário diferenciado. “pois estamos nos aproximando do verão, com este final de inverno tendo dias de muito calor, e, juntamente com o apoio de todas as entidades filiadas à CNTur, bem como, a entidade nacional, solicitamos o pedido de apoio e a ajuda na data para definição”.

“Não podemos esperar ter um novo apagão, ou, no auge do verão ter falhas no sistema de distribuição, quando aumenta o consumo de energia”, destacou a Feturismo. O momento é importante para conscientização popular e preservação do meio ambiente. “Visto que, o horário de verão não é somente adiantar o relógio, é passar uma mensagem que viramos a chave de volta para o consumo consciente e equilibrado dos recursos naturais e na mudança de postura contra a situação climática do planeta”.

“Além, é claro, da economia, segurança e, em especial, potencialização comercial e do turismo de várias atividades com a população, utilizando uma hora mais da luz natural. Assim sendo, colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos ou discussões, bem como, assumimos o papel de parceiros no setor do turismo para questões ligadas à sua pasta”, completa a Feturismo.

Enquete presidencial

“Desde que o presidente Lula fez a enquete, estamos no aguardo de uma resposta pela retomada do horário de verão. Porém, tradicionalmente o início se dava em outubro”, lembra Fábio Aguayo, presidente da entidade, sobre a pesquisa lançada por Lula no ano passado, logo após ser eleito. “Ele abriu uma enquete e perguntou: ‘O que vocês acham da volta do horário de verão?’ O ‘sim’ teve 66,2% dos votos na enquete do presidente, contra 33,8% de pessoas contrárias ao horário de verão e que votaram ‘não’”.

O presidente reflete que as atividades abarcadas pela Federação ainda não estão em sua plenitude, reflexos da pandemia. “Ainda sofremos com a escassez de mão de obra, pois muitos precisaram migrar para outras áreas e até atuam de maneira informal e ainda há a retração da economia que nesse segmento tem uma movimentação de 15 dias e o restante do período é ocioso”, afirma.

Um dos pontos destacados pela federação é em relação ao exemplo do Paraguai. “Que seja adotado, como faz o nosso parceiro Paraguai, país que divide administração na Itaipu e que continua adotando como forma estratégica a medida de adiantar os relógios, por isso, da necessidade do Horário de verão voltar”, concluiu Aguayo.

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