A Polícia Federal (PF) intensificou as investigações sobre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apontando indícios de que ele teria utilizado a conta bancária de sua esposa, Heloísa Bolsonaro, para ocultar valores provenientes de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A manobra, segundo a PF, visaria evitar o bloqueio dos recursos.
O relatório final da PF, divulgado recentemente, detalha como Eduardo Bolsonaro supostamente utilizou a conta da esposa “como forma de escamotear os valores encaminhados por seu genitor, utilizando como conta de passagem, com a finalidade de evitar possíveis bloqueios em sua própria conta”. O documento indiciou tanto Jair quanto Eduardo pelos crimes de coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Dados analisados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) revelaram que Jair Bolsonaro realizava repasses financeiros a Eduardo de maneira “reiterada e fracionada” desde o início de 2025. A estratégia, conforme a PF, tinha como objetivo evitar o acionamento dos mecanismos de controle legal, com remessas abaixo dos limites que disparam alertas automáticos nos sistemas de monitoramento bancário.
Em depoimento à PF, Jair Bolsonaro confirmou ter transferido R$ 2 milhões para o filho, alegando que o valor seria para “ajudar” Eduardo. Contudo, investigadores apontam que o ex-presidente omitiu informações sobre outros repasses financeiros ao filho. Após receber os recursos, Eduardo Bolsonaro transferiu R$ 50 mil em 19 de maio e R$ 150 mil em 5 de junho para a conta da esposa no Brasil, levantando suspeitas, já que Heloísa reside com o parlamentar nos Estados Unidos.
A PF também apura uma transferência de R$ 2 milhões de Jair Bolsonaro para a conta de sua esposa, Michelle Bolsonaro, um dia antes de seu depoimento à PF. Além disso, o ex-presidente realizou seis operações de câmbio para obtenção de dólares, mesmo estando proibido de sair do país por ordem judicial. A PF concluiu que Jair e Eduardo “se utilizaram de diversos artifícios para dissimular a origem e o destino de recursos financeiros, com o intuito de financiamento e suporte das atividades de natureza ilícita do parlamentar licenciado no exterior”.
Fonte: http://www.metropoles.com