A Polícia Federal (PF) expressou preocupação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a eficácia da tornozeleira eletrônica como medida para evitar uma possível fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em manifestação enviada nesta terça-feira (26/8), a corporação argumenta que a tecnologia, por si só, não garante a contenção do ex-mandatário.
O principal argumento da PF reside na vulnerabilidade do equipamento, que depende de sinal de telefonia para seu funcionamento. A corporação destaca que falhas de sinal e até mesmo interferências deliberadas poderiam comprometer o monitoramento e retardar a detecção de qualquer violação, abrindo uma janela de oportunidade para uma eventual fuga.
Além disso, a PF ressalta que, mesmo com o reforço no policiamento nas imediações da residência de Bolsonaro, conforme determinado por Moraes, a tornozeleira ainda permitiria ao ex-presidente tempo suficiente para escapar, caso essa fosse sua intenção. Essa avaliação coloca em xeque a suficiência da medida atualmente em vigor.
Diante desse cenário, os investigadores defendem a adoção de medidas mais rigorosas para garantir o cumprimento da prisão domiciliar de Bolsonaro. Entre as sugestões apresentadas, destaca-se o acompanhamento presencial constante dentro da residência, com vigilância ostensiva do fluxo de veículos e pessoas próximas ao ex-presidente. A PF busca, assim, mitigar os riscos inerentes à situação.
“Mesmo com equipes de prontidão em tempo integral, nas imediações da casa de Bolsonaro, a tornozeleira permitiria ao custodiado tempo hábil para escapar, caso tivesse essa intenção”, pondera a Polícia Federal, justificando a necessidade de medidas adicionais para assegurar o cumprimento da decisão judicial.
Fonte: http://www.metropoles.com
