O Brasil figura entre os maiores produtores de lixo eletrônico do mundo, com alarmantes 2,4 milhões de toneladas anuais, segundo dados da ONU. O país ocupa a 5ª posição global e a 1ª na América Latina nesse ranking preocupante. A reciclagem formal, no entanto, atinge apenas 3% desse volume, evidenciando um problema crescente e urgente.
Computadores, celulares, eletrodomésticos e até brinquedos eletrônicos descartados incorretamente representam uma ameaça ao meio ambiente. A contaminação do solo e da água por metais pesados e substâncias tóxicas presentes nesses materiais é um risco real. A destinação correta, através de pontos de coleta e logística reversa, é crucial para a economia circular.
Entretanto, a falta de informação sobre como descartar corretamente o lixo eletrônico é um obstáculo significativo. Uma pesquisa do Centro de Tecnologia Mineral revela que 85,6% dos brasileiros possuem aparelhos eletrônicos inutilizados em casa e desconhecem os procedimentos adequados para o descarte. Pilhas, baterias, telefones e computadores lideram a lista de itens acumulados.
Diante desse cenário, o setor de reciclagem enxerga um vasto potencial de crescimento. Ismael Christmann, CMO da startup meuResíduo, destaca a importância da integração com os sistemas dos órgãos ambientais. “A plataforma foi desenvolvida para utilizar a tabela do Ibama, que contempla qualquer resíduo. Especificamente para o resíduo eletrônico, temos diversos clientes que utilizam a nossa ferramenta para realizar coletas”, explica.
Christmann ressalta que a expansão do setor depende de uma mudança de mentalidade na gestão de resíduos. “Atualmente nossos indicadores de desvio de aterro são irrisórios”, afirma, apontando para a falta de incentivos financeiros e fiscalização como entraves. A implementação de sistemas de transparência e rastreabilidade ainda enfrenta desafios, limitando o avanço da reciclagem de eletrônicos no país.
Fonte: http://www.metropoles.com