Consulta da Abrabar constatou que para o mês de fevereiro os cardápios do segmento econômico serão alterados em média de 10% para cima
A maioria dos estabelecimentos do setor de gastronomia e entretenimento prepara o reajustes em seus cardápios antes das festas do carnaval 2024. É o que constatou uma consulta realizada pela Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), entidade filiada à Confederação Nacional do Turismo (CNTur).
Com o início do ano e as acomodações das principais despesas de janeiro e o planejamento até o fim do ano encaminhadas, começa agora a avaliação dos cardápios dos Cafés, Bares, Restaurantes, Pizzarias, Casas Noturnas demais estabelecimentos da categoria.
A avaliação é que, mesmo não tendo uma disparada da inflação, houve muito acumulo nos últimos anos, principalmente desde a pandemia o que já impactou na sobrevivência dos estabelecimentos.
E o desafio agora é totalmente irreversível ou inevitável, que é a mexida nos preços dos cardápios que está variando de 8% a 12%, ficando na média dos 10%, destaca a Abrabar, após uma consulta junto aos diversos setores na categoria.
Importante ressaltar que existem também alguns estabelecimentos que vão tentar segurar até quando puder, mas é também inevitável que terão os prejuízos acumulados.
É praticamente pagar para trabalhar e como aqui é um setor que visa lucro e com alto índice de endividamento pós-pandemia, ainda com risco de perder o PERSE que foi retirado na Medida Provisória contra Desoneração. É um sério risco de falência no futuro e apostar alto na medida errada, avalia a entidade.
“É uma duvida cruel do medo de perder clientes, pois se não alterar os preços, mesmo reduzindo as opções, ofertas de variedades e produtos com baixa qualidade ou preço menor ao consumidor, pode até manter alguns, mas infelizmente perderá outros pela falta de qualidade e os exigentes”, ressalta o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo.
“Uma coisa é certa, em fevereiro a maioria dos estabelecimentos vai alterar os valores do cardápio e ainda neste semestre não descarto que terá outra mexida, principalmente depois do mês da data-base da categoria, em maio”.
Contexto
A questão de mexer nos preços vai além da inflação, é pela sobrevivência do negócio, uma vez que haverá aumento da tarifa da energia elétrica, que vai variar de 6,58% a 10,41%, e os alimentos na base 4% que vem pela frente, entre outros insumos fundamentais, folha salarial e benefícios, custos de treinamento e leis que sempre oneram os custos. “Sem falar que temos também alta do gás. São situações que não temos como segurar, sem ter que repassar nos preços ao consumidor”, destacou Aguayo.
Fim do Home office em 2023 ajudou aquecer o setor
O encerramento oficial da pandemia, em 2022, trouxe duas situações que preocupavam muito o setor, a questão de investimento e a circulação de pessoas. O importante é que gradualmente do fim de 2022 até o fim de 2023, as pessoas foram voltando a rotina de frequentar os escritórios. Esta recuperação tem influenciado no desempenho de bares, restaurantes, lanchonetes e casas noturnas que voltaram a contratar e melhorar o atendimento, principalmente nas opções aos clientes.
“A experiencia do home office foi muito dolorosa a vários estabelecimentos e que alguns tiveram que fechar e reduzir custos pela falta de gente”, disse Aguayo. Segundo ele, felizmente o cenário colorido voltou e isso foi muito muito importante para que houvesse uma explosão de novas empresas e investimentos no setor, que ainda carece de mão de obra qualificada e comprometida, com o reajuste dos preços melhora as condições de avançar em vários objetivos e a esperança é que haja uma compreensão do consumidor nos trabalhos para ter lucro e gerar empregos.