Em audiência na Câmara dos Deputados, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, gerou debate ao minimizar a relevância de facções criminosas como o PCC. Durante sua participação na comissão especial que avalia a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, Lewandowski afirmou que se refere aos criminosos como “pés de chinelo”.
O ministro justificou sua escolha de palavras argumentando que nomear e dar atenção excessiva a esses grupos criminosos poderia, paradoxalmente, glamourizá-los. “Eu não nomeio as facções criminosas porque eu não quero glamourizar”, explicou Lewandowski. “Na medida em que nós nominamos essas facções, nós estamos glamourizando. Nós temos que evitar a glamourização desse grupo de facínoras que, em geral, são, me permitam, são ‘pés de chinelos’.”
Além da polêmica declaração, Lewandowski lamentou o recente assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, classificando o crime como “brutal”. Ele colocou as forças de segurança federais à disposição para auxiliar nas investigações, que apontam para possível envolvimento do PCC no caso, tratado pela cúpula da Segurança Pública de SP como um ato de vingança.
No contexto da PEC da Segurança Pública, Lewandowski defendeu uma abordagem integrada e cooperativa entre União, estados e municípios para combater a criminalidade, que segundo ele, assumiu um caráter global. O ministro destacou os quatro pilares da proposta: a constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), a garantia de recursos permanentes para a segurança pública, a criação de corregedorias e ouvidorias autônomas para todas as polícias, e a ampliação das competências da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A PEC da Segurança Pública, enviada pelo governo Lula em abril, busca fortalecer o combate ao crime organizado e centralizar o papel da União. Após aprovação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a proposta segue em debate, com foco na busca por mecanismos eficazes para enfrentar os desafios da segurança pública no país.
Fonte: http://www.metropoles.com