Influenciadoras são condenadas a 12 anos de prisão por racismo contra crianças no Rio de Janeiro

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Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, influenciadoras digitais, foram condenadas pela 1ª Vara Criminal de São Gonçalo, Rio de Janeiro, a 12 anos de prisão em regime fechado. A sentença é resultado da acusação de racismo, após as duas entregarem bananas e um macaco de pelúcia para crianças negras em novembro de 2023. O caso gerou grande repercussão e reacendeu o debate sobre racismo recreativo nas redes sociais.

A juíza Simone de Faria Ferraz, responsável pela decisão, refutou a alegação da defesa de que as acusadas não tinham consciência do caráter racista de seus atos. “Nada mais absurdo querer fazer crer que nesses dias de conhecimento imediato, fácil acesso, as rés não soubessem o que é racismo”, afirmou a magistrada na sentença, enfatizando o amplo alcance e a responsabilidade inerente à atividade das influenciadoras.

A magistrada também destacou que a ação não se tratava de uma simples brincadeira, mas sim de uma exploração da inocência infantil para gerar conteúdo online. “Não, as rés criaram conteúdo, ridicularizaram as crianças”, ressaltou Simone de Faria Ferraz. A juíza complementou ainda que a publicação do vídeo em redes sociais ampliou os danos causados às vítimas.

Além da pena de prisão, Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves foram condenadas a pagar R$ 20 mil de indenização para cada uma das crianças. Ambas as influenciadoras poderão recorrer da decisão em liberdade. O Metrópoles informou que está tentando contato com a defesa das rés para obter um posicionamento.

O caso teve início em novembro de 2023, quando a advogada Fayda Belo denunciou os vídeos à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Segundo a delegada Rita Salim, responsável pelo inquérito, a conduta das influenciadoras se enquadra como racismo devido à escolha das vítimas e ao uso de símbolos associados à discriminação racial. A delegada explicou ainda que “A conduta delas é considerada como racismo, por conta da cor da pele, da raça [das crianças]”.

Fonte: http://www.metropoles.com

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