Em Goiânia, a Justiça absolveu Nicole Maria Ferreira da Costa, acusada de matar seu namorado com uma agulha de narguilé. A decisão, emitida pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, reconheceu que a jovem agiu em legítima defesa durante um episódio de violência doméstica. O caso, ocorrido em 2020, teve um desfecho que levanta debates sobre os limites da autodefesa em situações de agressão.
O trágico incidente resultou na morte de Adailton Gomes de Abreu Sousa, de 24 anos, no Residencial Village Garavelo, em Aparecida de Goiânia. Segundo a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), o crime ocorreu após uma discussão acalorada entre o casal. Na época, o caso ganhou repercussão e foi amplamente divulgado, inclusive pelo Metrópoles.
A defesa de Nicole argumentou que a agressão foi a culminação de um histórico de violência por parte de Adailton. A jovem relatou que, no dia do incidente, foi atacada com o queimador de narguilé, sofrendo golpes na cabeça e sendo asfixiada. Para se defender, ela teria pego um objeto aleatório e o usado contra o agressor, sem a intenção de causar a morte.
Em seu depoimento, Nicole enfatizou que já havia sido vítima de agressões físicas, restrição social e ameaças de morte por parte do namorado. “A acusada afirmou que, no momento, não se deu conta de que havia causado a lesão fatal, pois, tomada pelo choque e pelo estado de quase desmaio em razão das agressões, não percebeu de imediato a gravidade do ferimento”, consta no documento do MPGO.
A juíza Zorzetti, ao proferir a sentença, destacou que a reação de Nicole foi proporcional à agressão sofrida. “O contexto de violência doméstica sistemática, as ameaças de morte proferidas pela vítima, a situação concreta de agressão no momento dos fatos e a reação proporcional da acusada configuram, de forma cristalina, todos os requisitos legais da legítima defesa”, concluiu a magistrada.
Fonte: http://www.metropoles.com