Parlamentar de primeiro mandato cita Anitta e propõe proibição de contratação ou apoio a apresentações com “conteúdo erótico” ou “simulação de atos sexuais”
A falta do que fazer ou de experiência parlamentar está virando caso de comédia na Câmara de Curitiba. Veja o caso do vereador Guilherme Kilter (Novo), aquele que queria proibir o show da Anitta na última semana, que movimentou a economia e gerou centenas de empregos na capital do Paraná. Agora ele protocolou um projeto chamado de Lei anti-Anitta.
A proposta proíbe a administração pública de contratar apresentações artísticas com suposto “conteúdo impróprio” para crianças e adolescentes. O projeto não define o que seria “erótico”, uma vez que artistas sertanejos usam bailarinas sem calcinha nas apresentações, como amplamente divulgado pela mídia em 2024.
O texto, que será analisado pelo parlamento, define como impróprio shows ou eventos que apresentem ao menos um dos seguintes elementos: nudez, simulação de atos sexuais, conteúdo erótico ou pornográfico e atos de natureza libidinosa. O vereador avalia que as performances de Anitta se enquadram nessa categoria e, portanto, não deveriam receber dinheiro público.
- nudez;
- simulação de atos sexuais;
- conteúdo erótico ou pornográfico;
- atos de natureza libidinosa.
A Lei anti-Anitta também proíbe patrocínio, apoio ou divulgação de eventos que possuam essas características. O descumprimento acarretaria rescisão imediata do contrato, aplicação das sanções contratuais e multa equivalente a 100% do valor do contrato. O montante, nesse caso, seria enviado ao Fundo Municipal para a Criança e o Adolescente (FMCA).
Kilter justifica seu ponto de vista: “A experiência brasileira evidencia a necessidade de regulamentar patrocínio, apoio ou contratação de eventos artísticos com determinados conteúdos, especificamente aqueles que envolvam nudez, simulação de atos sexuais, conteúdo erótico ou pornográfico, e atos libidinosos”.
Na sequência, o vereador citou Anitta: “A cantora, que possui performances de cunho sexual, erótico e pornográfico, com relevante impacto cultural sobre crianças e adolescentes, já foi contratada com dinheiro público”.
Ele deu como exemplos contratos obtidos pela cantora em alguns municípios, como Parintins (AM), Paulista (SP), Mogi das Cruzes (SP), Aracati (CE) e São Paulo (SP). Na cidade amazonense, o valor do show, R$ 500 mil, foi parar na mira do Ministério Público.
Nas redes sociais, Anitta rebateu as críticas de Kilter: “Só acho que na política há muitas coisas sérias a serem resolvidas, muitos problemas importantes para cuidar. Perder tempo com uma coisa dessas é jogar o voto do cidadão no lixo. Em vez de se preocupar com algo que a população realmente precisa, fica aí se preocupando com uma bobagem dessas”.