Durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que envolve o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, seu advogado, Demóstenes Torres, surpreendeu ao declarar apoio irrestrito ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A afirmação ocorreu em meio a uma fala que desviou do foco da defesa, com elogios a ministros da Corte e comentários pessoais.
O advogado relatou um encontro com Bolsonaro em um aeroporto, onde o ex-presidente o teria abraçado e dito: “Senador, para mim não aconteceu nada. Se Bolsonaro precisar de eu levar cigarro em qualquer lugar, conte comigo. Ele é uma pessoa que eu gosto”. A declaração, proferida durante sua apresentação no STF, causou repercussão e gerou questionamentos sobre a pertinência ao caso em julgamento.
Antes da controversa declaração, Demóstenes Torres já havia dedicado parte de seu tempo para elogiar o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, a quem chamou de referência na advocacia. Outros ministros, como Luiz Fux, também foram alvo de comentários elogiosos, demonstrando uma postura incomum em um ambiente jurídico.
Almir Garnier é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Segundo a PGR, Garnier teria sido o principal defensor da ruptura institucional dentro das Forças Armadas, conforme anotações encontradas com o general Augusto Heleno.
A PGR sustenta que, mesmo ciente da lisura das eleições, Garnier teria se colocado como braço direito de Bolsonaro, oferecendo tropas para a implementação de medidas autoritárias. O engajamento do almirante, segundo a acusação, demonstrava uma conspiração concreta, com ressonância em uma das estruturas de poder da República.
Fonte: http://www.metropoles.com
