Dono de churrascaria morre em grave acidente com ônibus desgovernado em Curitiba

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Veículo de aproximadamente 14 anos de uso, segundo vereadora eleita, teria apresentado defeito no início da descida, atingindo os veículos parados em cruzamento

Uma tragédia no trânsito de Curitiba nesta sexta-feira (13), provocada possivelmente por falha mecânica de um ônibus do transporte coletivo da capital, terminou na morte do empresário Marcos Lazario, proprietário da churrascaria Master Grill, no cruzamento das avenidas Iguaçu e Arthur Bernardes, no bairro Vila Izabel. A vítima estava em um Fiat Uno que foi esmagado pelo veículo de transporte coletivo, que atingiu mais seis automóveis, deixando mais quatro com ferimentos.

A morte do empresário, que provocou comoção no setor de gastronomia e entretimento, foi confirmada pela churrascaria nas redes sociais. “Com profundo pesar, comunicamos o falecimento de Marcos Lazario. Hoje, a família Master Grill está de luto pela perda do nosso querido proprietário, um líder dedicado e apaixonado, que deixou sua marca não apenas no negócio, mas nos corações de todos que o conheceram”, diz a nota. Que completa: “Marcos, sua memória jamais será esquecida”.

Marcos Lazario morreu após o veículo que estava ficar embaixo de um ônibus desgovernado (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A vereadora eleita de Curitiba, Laís Leão, reagiu a morte do empresário que poderia ter sido evitada, segundo ela. “Estou indignada e muito triste com a notícia dessa tragédia que aconteceu hoje, com o transporte público de Curitiba. Sinto muito pelas famílias das vítimas, uma fatal e quatro no total. E sinto especialmente porque é uma tragédia que poderia ter sido evitada, se a gente não tivesse ônibus tão velhos no sistema”.

“Um veículo de cerca de 14 anos não deveria estar rodando por Curitiba”, disse em vídeo nas redes sociais. Segundo ela, a morte do empresário é como um sinal de negligência da gestão municipal. “Curitiba se vê diante de uma tragédia que poderia ter sido evitada, se o nosso transporte público fosse tratado como direito fundamental, não como mercadoria. Pelas pesquisas que fizemos, o ônibus tem 14 anos”.

“A Urbs diz que ele poderia rodar até 2025. Qual o critério usado pela Urbs para avaliar estes veículos?”, indagou. “Temos a passagem mais cara do país e com veículos tão antigos rodando”. A vereadora eleita lembrou que em breve haverá uma nova licitação para o transporte público. Espero verdadeiramente que a tragédia de hoje não seja esquecida na hora de assinar aqueles papéis”, concluiu.

Negligência

Para o advogado Jorge Casagrande, o fato em específico do acidente, a culpa é da empresa de ônibus. “Mas agora, pela negligência com certeza envolve o poder público, porque a Urbs e prefeitura tem que inspecionar esses veículos regularmente”. O fato demonstra que Curitiba precisa renovar urgente a frota de ônibus, que está muito atrasada.

“É uma responsabilização que pode ser política, porque os ônibus estão virando sucatas. Existe uma responsabilização política do prefeito que deixou a frota ser sucateada. Mas objetivamente a responsabilidade é de empresa, pela má manutenção do veículo”, completou Casagrande.

Solidariedade

A Associação Brasileira de Bares e Casas e Restaurante (Abrabar) se solidarizou com a família e lamentou profundamente a morte do empresário Marcos Lazario, pertencia aos quadros de associados da entidade. “Não podemos esquecer que as empresas de ônibus foram as que mais tiveram subsídio desde a pandemia. Até hoje tem subsídio, tem vantagens, tem intenções e o que era o o mínimo eles manterem uma frota moderna, adequada e permanente e controle de qualidade no transporte, acontece um negócio desse aí”, comentou o presidente Fábio Aguayo.

O ônibus teria que ser levado de guincho até a garagem a partir do momento que o condutor percebeu que não estava com o freio funcionando. “Uma série de falhas que culminou com essa tragédia que repudiamos veementemente e nossa solidariedade aos familiares, aos amigos, aos clientes, principalmente do Marcos Lazario, que é empresário e teve sua vida ceifada, não pela tragédia, mas também por falta de cuidados do poder público e da empresa de ônibus”, concluiu.

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