A defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, elevou o tom contra o ministro Alexandre de Moraes durante o segundo dia do julgamento sobre a suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Matheus Moayer Milanez acusou Moraes de assumir um papel investigativo na Ação Penal 2668, que apura as alegações de tentativa de golpe.
Milanez argumentou que Moraes teria extrapolado suas funções ao questionar uma testemunha sobre uma publicação em redes sociais que não constava nos autos do processo. “O sr. Waldo Manuel de Oliveira Aires foi indagado pelo ministro relator a respeito de uma publicação dele nas redes sociais que não consta dos autos”, declarou o advogado, levantando dúvidas sobre a imparcialidade do magistrado.
O advogado questionou a iniciativa de Moraes na produção de provas, alegando que essa responsabilidade caberia ao Ministério Público. “Por que o Ministério Público não fez isso? Qual o papel do juiz julgador ou juiz-inquisidor?”, indagou Milanez, insinuando que o ministro estaria atuando como um investigador, em vez de um juiz imparcial.
A sessão da Primeira Turma do STF, que retomou o julgamento nesta quarta-feira, analisa a ação penal que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de participação no planejamento de um golpe de Estado. A defesa de Heleno busca, com o questionamento, colocar em xeque a condução do processo por parte do ministro Alexandre de Moraes.
Fonte: http://www.metropoles.com
