Aprovados em dezembro de 2024, dois projetos de lei de autoria da Câmara de Vereadores que visam celebrar a cultura rock and roll foram sancionados pelo ex-prefeito Rafael Greca e já estão em vigor. Trata-se da norma que reconhece oficialmente Curitiba como a “Cidade mais Rock and roll do Brasil” e da lei que inclui o Dia do Rock no calendário oficial de eventos do município. Mas Curitiba é realmente a cidade do rock? A economista Sabrina Matos, que fez o estudo que embasou um dos projetos, junto com o músico Marcelus dos Santos, da banda Motorocker, garante que sim. O estudo mostra, por exemplo, que Curitiba tem 216 estabelecimentos comerciais com a temática de rock, o que dá uma média de três lojas ou bares por bairro.
As iniciativas foram acatadas pelo plenário do Legislativo curitibano nos dias 9 e 10 de dezembro, respectivamente. A lei municipal 16.458/2024, que reconhece Curitiba como a cidade mais roqueira do país, tem a autoria dos vereadores Nori Seto (PP) e Pier Petruzziello (PP), em coautoria com os ex-parlamentares Bruno Pessuti (Pode), Dalton Borba (Solidariedade), Herivelto Oliveira (Cidadania), Jornalista Márcio Barros (PSD) e Rodrigo Reis (União).
“Rock é economia, rock é ciência, rock é tecnologia, […] nós temos, na cidade de Curitiba, cerca de 80 bares destinados ao rock”, citou Pessuti, durante a votação do projeto de lei, em primeiro turno. Na ocasião, o ex-vereador ainda pontuou que Curitiba possui uma média de 200 estabelecimentos temáticos, como lojas de carros, barraquinhas de comidas e estúdios de gravação para músicos.
“É importante a gente falar em todo o universo rock and roll para complementar a criação do Dia do Rock, [vem] a confirmação, então, de que Curitiba é a cidade mais rock and roll do Brasil”, enfatizou.
A ideia de Sabrina e Marcelus foi protocolada a partir de uma sugestão cadastrada no Banco de Ideias Legislativas (BanLegis), ferramenta on-line por meio da qual a população pode indicar projetos de lei para a cidade.
Capital paranaense vai celebrar Dia do Rock em 13 de julho
Também com o intuito de valorizar a cultura do rock na cidade, a lei municipal 16.457/2024 instituiu o Dia do Rock no calendário de Curitiba. O autor da norma é o ex-vereador Alexandre Leprevost (União), que defendeu em plenário que o “rock é um dos gêneros musicais preferidos dos curitibanos”.
Além de bandas, artistas e diversos empreendimentos com a temática rock and roll, o autor destacou que a capital paranaense recebe shows nacionais e internacionais do gênero musical, eventos que movimentam, também, o comércio local, como lojas, bares, restaurantes e hotéis. “Essa movimentação gera milhares de empregos diretos e indiretos, aquecendo a nossa economia”, argumentou ele, na votação em plenário.
A data será celebrada, anualmente, em 13 de julho, dia que remete ao Live Aid, festival histórico realizado em 1985, simultaneamente em Londres, na Inglaterra, e na Filadélfia, nos Estados Unidos, com o objetivo principal de ajudar no combate à fome. Esse evento reuniu algumas das maiores estrelas do rock da época, como Queen, U2, Led Zeppelin e David Bowie, para arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia.
Ambas as normas foram sancionadas pelo ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, no dia 12 de dezembro, e já estão em vigor na cidade.
“Ninguém consome mais rock que Curitiba”, diz empresário do setor
Em Curitiba, um dos mais tradicionais estabelecimentos do meio roqueiro é a Let’s Rock. Com mais de 30 anos de história, a loja é pioneira no mercado de vestimentas, acessórios e discos de rock e metal em Curitiba. No ano passado, inclusive, inaugurou sua segunda e maior loja, que fica no Executive Center Everest – local que se tornou uma espécie de Galeria do Rock e do Pop na cidade, com a presença de outras lojas de música como a Sonic Discos e a Magic Bus Records. Uma situação que, por si só, já evidencia o crescimento do mercado do rock na cidade.
Não à toa, o empresário Newton Santos Jr, proprietário da Let’s Rock, classifica como “super merecido” o reconhecimento de Curitiba como a “Cidade mais Rock and Roll do Brasil”. “Proporcionalmente, dentro do Brasil, ninguém consome mais rock que Curitiba, sejam shows, merchandising, discos, produtos ou bares de rock. Então essa lei apenas oficializa o título, o que é algo legal e importante. Todos os rótulos e reconhecimentos são sempre muito bem-vindos”, diz o empresário.
Ainda segundo ele, o mercado roqueiro está em franca expansão desde o fim da pandemia. Isso ocorre porque, após meses sem shows, festas e eventos, um grande fenômeno acabou ocorrendo na hora da retomada da atividade social. “Absolutamente todos os eventos e shows estão lotados. É um mercado que está super em expansão e para nós isso se refletiu também no crescimento muito grande da venda de camisetas, acessório.
Agenda de shows internacionais está cheia
Curitiba terá quase 30 shows internacionais em 2025. As duas últimas atrações estrangeiras confirmadas foram a banda System of a Down, que vai tocar no dia 6 de maio (uma terça-feira) no Estádio Couto Pereira. A outra é o duo suíço-equatoriano Hermanos Gutiérrez, que se apresenta na Ópera de Arame no dia 11 de abril (uma sexta-feira). A agenda começa já no dia 22, com Twenty One Pilots na Pedreira.
Com mais essas duas novidades, Curitiba já conta com pelo menos 27 datas musicais internacionais confirmadas no próximo ano. Alguns festivais (como o Psycho Carnival, entre o final de fevereiro e o começo de março, e o I Wanna Be Tour, em agosto) e alguns shows (como o do Offspring, que reunirá ainda convidados ilustres como as bandas Sublime e Rise Against), no entanto, contarão ou devem contar com mais de uma atração gringa.
Na lista, grandes nomes de cenas diversas, do pop ao metal. Os shows de Twenty One Pilots, Sting, The Offspring, Olívia Rodrigo, Alanis Morissette e System of a Down, por exemplo, devem atrair dezenas de milhares de pessoas, que serão realizados na Pedreira Paulo Leminski ou no Estádio Couto Pereira.
Com informações do Bem Paraná