A Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS vai contestar a decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que desobriga o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, a depor. A informação foi confirmada pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que considera a medida injustificável.
A audiência com o lobista está agendada para a próxima segunda-feira (15/9). Antunes foi preso pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira (12/9) no âmbito da Operação Cambota, um desdobramento da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Além de Antunes, o empresário Maurício Camisotti também foi preso na operação.
“É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu”, declarou o senador Viana em áudio enviado a jornalistas. “Respeito a decisão do ministro, mas considero injustificável permitir que não venham depor”, complementou, demonstrando a expectativa de que o STF reveja a decisão.
O escândalo do INSS, amplamente divulgado pelo Metrópoles desde dezembro de 2023, revelou um esquema bilionário de descontos irregulares em benefícios de aposentados. As reportagens do portal impulsionaram investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), culminando na Operação Sem Desconto e nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência.
Antônio Carlos Camilo Antunes é apontado como o principal operador do esquema, com ligações a diversas associações de aposentados. A Polícia Federal identificou que o lobista recebeu R$ 30 milhões dessas associações, que, juntas, faturaram R$ 852 milhões em descontos sobre aposentadorias. A CPMI aprovou pedidos de prisão de ex-dirigentes do INSS, operadores de propina e empresários no dia 1º de setembro, buscando aprofundar as investigações sobre o caso.
Fonte: http://www.metropoles.com
