Em um marco significativo para as políticas de combate à fome, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) anunciou, em Adis Abeba, Etiópia, que o Brasil não figura mais no Mapa da Fome. A avaliação, baseada na média dos anos de 2022 a 2024, revela que o país está abaixo do limiar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou insegurança alimentar, critério utilizado para inclusão no mapa.
A divulgação dos dados ocorreu durante o lançamento do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 – SOFI 2025” na 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4). Este encontro, que se estende até 29 de julho, reúne líderes e especialistas para discutir estratégias globais de segurança alimentar. A saída do Brasil do Mapa da Fome representa um avanço importante, mas os desafios persistem.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, celebrou a conquista, afirmando que “sair do Mapa da Fome era objetivo primeiro do presidente Lula ao iniciar o seu mandato, em janeiro de 2023”. Ele ainda ressaltou que a meta foi alcançada em dois anos, revertendo o cenário de 2022, considerado o ano mais crítico para a fome no Brasil.
Embora seja a segunda vez que o Brasil alcança essa posição – a primeira foi em 2014 –, o país havia retornado ao Mapa da Fome em 2018, segundo o ministério. “O exemplo brasileiro pode ser adaptado em muitos países ao redor do globo. No Brasil, sair do Mapa da Fome é só o começo. Queremos justiça alimentar, soberania e bem-estar para todos”, declarou o ministro Dias, evidenciando o compromisso contínuo com a segurança alimentar.
Dados da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), aplicados nas pesquisas do IBGE, indicam que aproximadamente 24 milhões de pessoas foram retiradas da situação de insegurança alimentar grave no país até o final de 2023. O Mapa da Fome, elaborado pela FAO, identifica países com mais de 2,5% da população enfrentando subalimentação grave, indicando insegurança alimentar crônica e acesso irregular a alimentos suficientes para uma vida saudável.
Fonte: http://www.metropoles.com