Um funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) denunciou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que a gestão atual da instituição teria mantido operações de invasão hacker a sistemas governamentais do Paraguai, incluindo o Congresso Nacional, a Presidência da República e autoridades ligadas às negociações da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
As informações, diz O Expresso BR, apontam que os ataques começaram durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022) e continuaram após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, com suposta autorização do atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, e do ex-diretor interino Saulo de Cunha Moura.
De acordo com o depoimento, obtido com exclusividade pela PF, as invasões tinham como objetivo monitorar autoridades paraguaias envolvidas em discussões estratégicas sobre Itaipu, usina binacional administrada por Brasil e Paraguai desde 1973.
O funcionário afirmou que as ações foram justificadas internamente como “medidas de inteligência para proteger interesses nacionais”, mas não apresentaram aval judicial ou transparência.
ontexto geopolítico e reações
A Usina de Itaipu é alvo de debates históricos entre os dois países, especialmente sobre a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que define regras financeiras e de energia. Em 2023, o governo paraguaio pressionou por mudanças no cálculo das tarifas, tema sensível para o Brasil.
Segundo fontes ouvidas pela imprensa paraguaia em abril de 2024, já havia suspeitas de que vazamentos de estratégias negociadoras do país vizinho teriam origem em espionagem.
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