Greve na Construção Civil em Belém Lança Dúvida Sobre Preparativos para a COP30

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A poucos meses da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), Belém enfrenta uma paralisação que pode comprometer a realização do evento. Trabalhadores da construção civil e do setor mobiliário cruzaram os braços nesta terça-feira (16/9), reivindicando melhores salários e condições de trabalho, impactando diretamente obras cruciais para a conferência. A greve, que ganhou força rapidamente, expõe tensões entre o setor e os operários, levantando questões sobre o ritmo dos preparativos para o encontro global.

Centenas de trabalhadores de Belém, Ananindeua e Marituba se reuniram em um protesto que partiu da sede do sindicato da categoria em direção ao Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA). A insatisfação dos grevistas é motivada pela rejeição da proposta patronal de reajuste salarial e benefícios, considerada muito abaixo das expectativas e necessidades da classe trabalhadora. O movimento acende um alerta sobre a possibilidade de atrasos e dificuldades na conclusão das obras essenciais para a COP30.

Entre as principais demandas dos trabalhadores estão um aumento significativo no piso salarial, reajuste de 30% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), elevação do valor da cesta básica e a promoção de políticas de igualdade de gênero no setor. Segundo Cleber Rabelo, diretor do sindicato, o reajuste oferecido é “um absurdo”, considerando o alto investimento público nas obras da COP30. “Se não tem aumento, não vai ter COP”, declarou Rabelo, em tom de desafio.

Atenar Lopes, coordenador do sindicato, ecoou as críticas, denunciando o que considera um desequilíbrio na aplicação dos recursos destinados à conferência. “Estamos indignados com todas as mazelas da COP30, essa enganação de clima que na verdade derrama dinheiro para a corrupção”, afirmou Lopes. A paralisação atinge diretamente a construção da Vila COP30, destinada a hospedar chefes de Estado, e o Parque da Cidade, local central para as negociações.

A redação do Metrópoles buscou um posicionamento do Governo do Pará sobre a greve e seus impactos, mas não obteve resposta até o momento. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações e esclarecimentos por parte do governo estadual. A situação coloca em xeque a capacidade de Belém de entregar a infraestrutura necessária para sediar a COP30 dentro do prazo previsto.

Fonte: http://www.metropoles.com

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