Em um novo capítulo da saga judicial da Boate Kiss, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) diminuiu as penas dos quatro condenados pelo incêndio que resultou na morte de 242 pessoas em 2013. Entre os beneficiados está Luciano Bonilha Leão, ajudante da banda Gurizada Fandangueira, responsável por acionar o artefato pirotécnico que desencadeou a tragédia. Sua pena foi reduzida de 18 para 11 anos.
A decisão da 1ª Câmara Criminal Especial do TJRS repercutiu de imediato. Jean Severo, advogado de Luciano Bonilha Leão, manifestou satisfação com o novo parecer, destacando que a defesa almejava a anulação do júri original, realizado em dezembro de 2021. Na época, os réus receberam condenações entre 18 e 22 anos de prisão. O advogado alegou falhas e irregularidades no processo, ecoando argumentos já levantados pelo próprio TJRS em agosto de 2022.
“Ficamos satisfeitos com a redução nas penas. Assim, Luciano vai para um regime menos gravoso e [poderá] voltar a tomar as rédeas de sua vida”, declarou Severo ao Metrópoles. Com a nova sentença, Luciano Bonilha Leão passará a cumprir pena em regime semi-aberto, respondendo por homicídio simples com dolo eventual.
O incêndio na Boate Kiss, ocorrido em 27 de janeiro de 2013, marcou profundamente a história de Santa Maria (RS). A tragédia, causada por um artefato pirotécnico utilizado pela banda Gurizada Fandangueira, resultou na morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos, a maioria asfixiada pela fumaça tóxica proveniente da espuma inflamável que revestia o teto da boate, que não possuía saídas de emergência adequadas.
Além de Luciano Bonilha Leão, os sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr (Kiko) e Mauro Londero Hoffmann, e o vocalista da banda, Marcelo de Jesus dos Santos, também tiveram suas penas atenuadas. As novas condenações variam entre 11 e 12 anos. Apesar da decisão, cabe recurso, indicando que a batalha judicial em busca de justiça para as vítimas da Boate Kiss ainda não chegou ao fim.
Fonte: http://www.metropoles.com
