Em um contexto de tensões crescentes com os Estados Unidos, o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, proferiu um discurso enfático em defesa da soberania nacional. O recado, direcionado tanto ao ex-presidente Donald Trump quanto ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, foi dado durante a celebração dos 80 anos do Instituto Rio Branco, nesta segunda-feira.
Sem mencionar nomes, Vieira denunciou a existência de “ataques orquestrados por brasileiros, em conluio com forças estrangeiras”, visando subverter a ordem democrática. Ele assegurou que tais ofensivas não prosperarão, reafirmando o compromisso do governo com a defesa da Constituição e das instituições brasileiras.
“Saudosistas declarados do arbítrio, e amantes confessos da intervenção estrangeira, não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional da República Federativa do Brasil”, declarou o ministro, em tom firme, durante a cerimônia no Itamaraty.
As declarações de Vieira ocorrem em meio a ações de Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do mandato para buscar apoio nos EUA para pressionar por sanções contra autoridades brasileiras. O objetivo seria, segundo analistas, influenciar o julgamento de seu pai, Jair Bolsonaro, acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
O chanceler também ressaltou que as instituições brasileiras demonstraram sua resiliência ao frustrar uma tentativa de “golpe militar”. Ele assegurou que os responsáveis estão sendo julgados em processos transparentes, com direito à ampla defesa e respeito ao devido processo legal.
Vieira foi categórico ao afirmar que a soberania brasileira não será objeto de negociação ou moeda de troca. A declaração surge após a imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras por Donald Trump, medida vista como retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro.
Ainda, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi incluído na lista de sanções baseada na Lei Magnitsky nos EUA. A medida é vista como uma forma de pressão sobre o sistema judiciário brasileiro em meio as investigações sobre o ex-presidente e seus aliados.
Fonte: http://www.metropoles.com